A tecnologia no ensino levanta algumas polêmicas sobre sua utilização. O uso de aparelhos de celular em sala de aula, por parte dos alunos, segue sendo proibido em diversos municípios pela PL 104/15. Entretanto, a tecnologia não deve ser vista como vilã, pois é também um recurso pedagógico.
Mais do que um suporte ou algo de uso esporádico, a tecnologia no ensino tem um grande potencial como parte de metodologias de ensino. Suas possibilidades de uso são múltiplas, e não se pode nadar contra a maré de novas gerações cada vez mais conectadas, ao ponto de receberem o nome de “nativos digitais”.
Neste artigo, veremos as mudanças positivas que a tecnologia vem trazendo para o ensino no Brasil e no mundo.
Benefícios da tecnologia no ensino
Além de tornar algumas atividades mais práticas, como as pesquisas, a tecnologia promove mais interação entre professores e alunos, descentralizando o papel do professor graças à autonomia e envolvimento dos estudantes.
Alguns dos principais benefícios são:
Evolução do ensino à distância
A internet quebra as barreiras geográficas, e essa comunicação em tempo real teve grande influência no ensino EAD. Aplicações de videoconferência, bate-papo e fóruns foram indispensáveis durante o lockdown da pandemia de Covid-19, por exemplo. Mas mesmo fora de um cenário pandêmico, a tecnologia no ensino à distância trouxe grandes avanços de acessibilidade para estudantes de todo o mundo.
Inclusão social
A tecnologia no ensino e seus incentivos permitem que as camadas de menor renda possuam acesso à internet e novos conhecimentos. Além disso, os diferentes recursos de multimídia contemplam todas as formas de aprendizagem. Desse modo, alunos que aprendem melhor por estímulo auditivo, visual ou cinestésico podem conduzir o estudo da maneira que preferirem. Para os alunos com deficiência visual, por exemplo, os leitores de tela são um suporte extremamente útil.
Mais engajamento e menos evasão escolar
O ensino tradicional já não tem mais o mesmo potencial de prender a atenção da maioria dos alunos. Se antes dos “nativos digitais” a rotina passiva das aulas e a “decoreba” já eram motivos de reclamação, hoje é necessário apostar em dinâmicas diferenciadas para manter o engajamento dos estudantes. A tecnologia no ensino tem papel fundamental nessas dinâmicas, e é capaz de reduzir até mesmo a evasão do ensino médio na rede pública.
Mais oportunidades acadêmicas e profissionais
O contato com a tecnologia no ensino, principalmente desde a primeira infância, torna os alunos mais familiarizados e aptos a dominar ferramentas exigidas no mercado de trabalho. Até mesmo a escolha pelo curso de graduação pode ser influenciada por essa vivência, abrindo portas para profissões cada vez mais inovadoras e capazes de perdurar diante das revoluções tecnológicas, sem perderem espaço para as automações.
Tecnologia no ensino – Aplicações e metodologias ativas
Os novos recursos didáticos oferecidos pela tecnologia visam auxiliar no planejamento das aulas, em suas dinâmicas e no relacionamento do estudante com a Instituição.
Veja abaixo alguns exemplos de metodologias ativas aplicadas ao redor do mundo.
Gamificação
O termo Gamificação vem do inglês Gamification, em neologismo aos jogos. Essa técnica traz para a sala de aula elementos e estratégias dos jogos, que promovem a sensação de conquista, evolução e conclusão.
Altamente engajadora, a Gamificação foi criada pelo pesquisador e palestrante internacional Yu-Kai Chou, e envolve elementos como personagens, missões, conteúdos, desbloqueáveis, níveis, pontuação, ranking, medalhas, presentes, etc.
Além de proporcionar mais engajamento e prazer ao estudar, a Gamificação desenvolve a autonomia dos alunos e um fortalecimento da criatividade.
Design Thinking
Essa é uma das metodologias ativas focadas na solução de problemas. Afinal, segundo Beat Schneider, autor do livro Design – Uma Introdução, o design é uma visualização criativa capaz de entregar a melhor solução de acordo com os interesses e a experiência do usuário.
Cada vez mais utilizado em sala de aula, o Design Thinking promove o aperfeiçoamento do sistema de ensino ao envolver um olhar investigativo, colaborativo e empático.
Para a aplicação na prática, é preciso escolher um desafio que não seja limitante e também não tire o foco dos estudantes. O ideal é que se formem grupos para colaborarem em busca de soluções.
Aprendizagem Baseado em Problemas (PBL)
A PBL foi desenvolvida para reduzir a sobrecarga dos alunos, reformulando o ensino ao usar problemas para desencadear discussões dinâmicas, indo além da memorização e repetição de conceitos.
Através da pesquisa e investigação, os alunos se tornam responsáveis por solucionarem problemas. O professor faz a mediação das pesquisas e das soluções que os alunos desenvolvem em grupos.
O processo de aplicação da PBL segue 10 passos:
- Introdução e definição do problema;
- Levantamento de hipóteses;
- Tentativa de solução com conhecimento prévio;
- Levantamento de pontos de aprendizagem;
- Aplicação de conhecimentos no problema;
- Compartilhamento de informações no grupo;
- Estudo independente;
- Planejamento do trabalho do grupo;
- Apresentação das soluções do grupo;
- Autoavaliação e avaliação do processo em pares.
Aprendizagem Baseada em Times (ABT)
A ABT foi desenvolvida na Universidade de Oklahoma nos Estados Unidos, com o professor Larry Michaelsen. O objetivo é trazer o senso de trabalho colaborativo para os alunos através do desenvolvimento de habilidades e fixação e/ou avaliação dos conteúdos trabalhados em sala de aula.
Com conceitos baseados no construtivismo, o professor assume um papel de instrutor e facilitador, instigando os alunos na busca pelo conhecimento significativo.
Para aplicá-la em sala de aula, são necessárias três mudanças:
- Os objetivos primários do curso devem ir além de familiarizar os alunos com conceitos, mas sim assegurá-los a aprender formas de usar cada conceito;
- O papel do professor mudará. Ele precisará desenvolver e gerenciar o processo instrucional;
- O papel do aluno também mudará. Ao invés de passivo em relação aos conceitos, os alunos trabalharão em conjunto com seu time para aprender a utilizar o conceito.
As vantagens da ABT incluem o desenvolvimento de competências e habilidades pessoais e em equipe, deixando de lado a passividade do aluno e, consequentemente, seu desinteresse no conteúdo.
Sala de aula invertida
Essa metodologia inclui a tecnologia no ensino ao desenvolver materiais didáticos para o estudo em casa. O horário de aula é aproveitado para desenvolver trabalhos e/ou projetos, utilizando do conhecimento adquirido por meio de pesquisa e estudo em casa.
Desse modo, o aluno desenvolve sua proficiência no estudo e conhece melhor seu ritmo de aprendizado. Os vídeos, por exemplo, facilitam a fixação do conteúdo graças à possibilidade de assistir novamente, avançar e voltar até que o aluno entenda cada informação apresentada.
Com o avanço da metodologia, é possível até mesmo que os alunos atuem em conjunto com os professores para desenvolver seus próprios materiais didáticos sobre o assunto, incentivando novas formas de expressão.
Educação Tecnológica no Colégio Teresiano
Em 2018, o Colégio Teresiano passou a proporcionar mais tecnologia no ensino por meio da nova disciplina de Educação Tecnológica. A proposta humanista e inovadora contempla conteúdos como Linguagem de Programação, Robótica, Automação e Prototipação 3D.
Além disso, o Colégio Teresiano vem alfabetizando toda a comunidade (alunos, pais, professores e familiares) digitalmente. Afinal, ao tratar de temas como Internet das Coisas e Inteligência Artificial, é preciso aprender a criar soluções capazes de resolver problemas reais da sociedade, e não apenas consumir essas soluções.
Promovemos a formação digital de todos os professores. A formação contínua ocorre de maneira independente e também sistematizada, desse modo, todos os professores aprendem a usar as novas tecnologias e explorar suas múltiplas linguagens para a sistematização dos conteúdos. Saiba mais sobre como aplicamos tecnologia no dia a dia dos alunos do Teresiano!