Inclusão na escola: o que é e como funciona?

A educação inclusiva tem avançado muito nos últimos anos, mas ainda existem vários desafios a serem enfrentados e objetivos para serem alcançados.

A Educação é um direito de todos segundo a Constituição Brasileira. De fato, muitas leis e outras normativas como a Lei Brasileira de Inclusão de 2015, conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, trata do acesso à Educação para pessoas com necessidades especiais, exigindo que as escolas adotem ações que promovam a acessibilidade, sejam no âmbito arquitetônico ou pedagógico.

A nível mundial, conceder acesso a uma educação de qualidade é um Objetivo do Desenvolvimento Sustentável para todos os países da ONU. Mas como conseguir promover uma educação verdadeiramente inclusiva e que consiga cumprir seu papel de empoderar todos os alunos com a construção de um saber teórico e prático que transforme o aluno e a sociedade?

Com certeza é um grande desafio, que exige de todos não apenas um discurso em prol da inclusão, nem mesmo ações pontuais como construir rampas e instalar barras para a acessibilidade de alunos com mobilidade reduzida. É preciso um real comprometimento da escola com a educação inclusiva.

 

O Paradigma da Educação Inclusiva na Escola tradicional

Os sistemas escolares tradicionais estão montados a partir de um pensamento que divide os alunos em normais e deficientes, as modalidades de ensino em regular e especial, e os professores em especialistas nas diferentes manifestações das diferenças. 

Para a Professora Maria Teresa Eglér Mantoan, a lógica dessa organização é marcada por uma visão determinista, mecanicista, formalista e reducionista que ignora o subjetivo, o afetivo, o criador. 

Para a autora, é preciso romper com o velho modelo escolar para produzir uma reviravolta que, em nível institucional, derruba categorizações e oposições excludentes — iguais versus diferentes, normais contra deficientes — e, em nível pessoal, que permitam uma evolução dos nossos pensamentos, ações e sentimentos relacionados ao tema da inclusão. 

Em outras palavras, não é possível tornar uma escola tradicional em uma escola inclusiva sem mudar radicalmente as instituições e as pessoas que fazem as instituições escolares.

 

Educação inclusiva na prática

O Objetivo do Desenvolvimento Sustentável da ONU espera “eliminar as disparidades de gênero na educação e garantir a igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, povos indígenas e as crianças em situação de vulnerabilidade”.

Para alcançar esse objetivo, é preciso romper com o  paradigma da Integração, em que o diferente é “aceito” na instituição, que age para que o aluno diferente seja “normalizado” para se adequar ao padrão pré-estabelecido. 

Já a inclusão abrange o reconhecimento e valorização da diversidade como um Direito Humano, isso significa que a escola deve respeitar a particularidade do aluno e atuar para promover as potencialidades de todos. 

Na prática, as escolas podem adotar ações como:

 

Capacitar todos os seus membros para a realidade da diversidade.

A diversidade e o atendimento às necessidades especiais não são assuntos reservados apenas aos professores e educadores que lidam diretamente com o ensino dos alunos. É importante que toda a comunidade escolar seja preparada para lidar com as demandas da diversidade, respeitando e valorizando a diferença.

 

Ter um ambiente acessível e acolhedor

A infraestrutura escolar precisa ser acessível para que os alunos consigam se movimentar livremente dentro da escola, aumentando o senso de pertencimento e acolhimento. Por isso, algumas estruturas são essenciais como:

  • rampas;
  • escadas com corrimãos de ambos os lados;
  • elevadores;
  • banheiros com barras de apoio, tanto na área interna quanto nas portas;
  • pisos planos e sem desníveis;
  • bebedouros em alturas diferentes etc. 

 

Privilegiar atividades inclusivas

atividade adaptada

Em uma instituição inclusiva, as atividades pedagógicas e lúdicas devem possibilitar a participação de todos, incluindo os alunos com deficiências, planejando e atentando-se ao que será oferecido.

 

Possuir equipe de apoio especializada

A capacitação de todos é importante, mas para o atendimento de necessidades especiais é necessário profissionais capazes de oferecer apoio especializado. Por isso uma escola inclusiva possui profissionais aptos a atender as especificidades de alunos com deficiências ou condições especiais sem distinção.

 

Agir em prol do aluno e da comunidade

Muitas vezes, a exclusão social acontece do lado de fora dos portões da escola, mas afeta duramente as atividades escolares. Isso porque a escola não é um espaço isolado da sociedade. Um exemplo disso é a infraestrutura urbana no entorno das escolas, que pode gerar impedimentos para que o aluno consiga chegar à instituição. 

Do mesmo modo, o ambiente social ainda resiste à ideia de inclusão. Isso acontece com muitas pessoas da comunidade escolar, inclusive a família de alunos com deficiência.

Uma escola inclusiva atua também na comunidade promovendo a inclusão a partir de atividades junto da comunidade escolar, mas também na sua comunicação em prol de um mundo mais inclusivo. 

O ambiente escolar é, também, um espaço de vivência que muda conceitos das crianças e da comunidade. Pequenas experiências de valorização da inclusão, trocadas no cotidiano da escola, serão refletidas na sociedade do futuro. Uma escola inclusiva forma cidadãos com uma consciência muito mais colaborativa e humana, favorecendo a convivência pacífica e o respeito às diferenças.

 

Equidade e Empoderamento

O projeto pedagógico de uma escola contém os princípios e as ações que a instituição adota para chegar aos seus objetivos. 

A escola inclusiva deve ter a valorização da diversidade em seu projeto pedagógico, mas não pode ficar restrita a um documento. 

Para uma inclusão verdadeira, o projeto pedagógico deve ser viável para todos os alunos, o que significa tratar com equidade aqueles que possuem necessidades diferentes. 

Um exemplo disso é o PEI – Planejamento Educacional individualizado para que o ensino seja eficaz.

Além do PEI, as escolas inclusivas possuem  sala de recursos que visa facilitar a aprendizagem e a inclusão dos alunos com deficiência, contando com equipamentos pedagógicos e lúdicos para apoiar o desenvolvimento do aluno com necessidades especiais. 

 

A instituição Teresiana e a Escola inclusiva

Enquanto a Inclusão é um assunto relativamente novo no debate público, a Instituição Teresiana adota desde sua fundação o compromisso com a inclusão e a educação inclusiva.

A proposta educativa da Instituição Teresiana é, desde sua fundação, viver a fé e contribuir com a promoção humana e a transformação social, a partir da educação e da cultura. Por isso, ao longo de mais de sessenta anos, o Colégio Teresiano se consolidou como uma escola sempre preocupada com a renovação pedagógica e sensível aos desafios da sociedade contemporânea.

A Proposta Pedagógica e os princípios da educação expressos na Proposta Socioeducativa buscam promover uma educação de qualidade, humanizadora, transformadora e intercultural, inspirada no pensamento educativo de Pedro Poveda.

Com base nesses princípios, o ambiente escolar, as equipes pedagógicas e as atividades do colégio são pensadas sob o panorama da inclusão, evoluindo sempre para tornar real os nossos valores e impactar a sociedade pelo exemplo.

Conheça mais do Colégio Teresiano, suas práticas e filosofia aqui.

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